Mostrar mensagens com a etiqueta toponímia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta toponímia. Mostrar todas as mensagens

26 setembro 2022

Buçaco: grafia e origem do termo



Existem diversas explicações para a origem deste topónimo. Desde as concepções mais ingénuas, como aquela em que se diz que um pastor tinha o hábito de mandar o cão BUSCAR o SACO, daí Busca Saco, ...Bus...Saco, BUSSACO, até àquela que conta que um escravo negro, a que chamavam BOÇAL (em castelhano  “negro recém-chegado do seu país”) ou BUÇAL, fugira ao seu senhor e se foi esconder numa gruta da Mata, tornando-se ladrão e assassino. Transportando um SACO, atacava as gentes das redondezas. Então, de BUÇAL + SACO teria resultado BUSSACO. Ora, tal não pode ser porque os negros só aparecem como escravos entre nós depois dos Descobrimentos e BUZACO aparece já escrito em documentos do séc. X. Há ainda quem diga que um devoto ancião que ali procurava sossego e silêncio [ali “nem chus nem bus] costumava dizer: “daquele monte SACO BUS”, isto é, “tenho silêncio”. Invertendo... deu BUSSACO! Também não convence.

Em que ficamos, então?

De acordo com a versão mais corrente o termo será derivado de “Bosque Sagrado” ou “Bosque Sacro”, ou de “Sublaco” ou “Subiaco”, um nome atribuído pelos beneditinos da Vacariça em memória da gruta do “Subiaco”, perto de Roma, onde S. Bento fizera penitência.

Há uma terra em Arcos de Valdevez (S. Vicente de Távora) chamado Buçaco e também existe Bussacos em Figueiró-Paços de Ferreira. (Cf Jorge Paiva, A Crise Ambiental).

Também no sudoeste da França, há dois topónimos: Bussac-sur-Charante (diz-se no site da localidade que Bussac» virá do latim «Buxus») e Bussac-Forêt. A Infopédia também remete para o baixo-latim [campus] Bucciacus, 'campo de Buccius'. Para alguns autores, na origem deste topónimo está um termo celta com a terminação genitiva (Bucci-acum): "terra de..." ou "terra dos...".

Sobre a grafia, deve escrever-se Buçaco ou Bussaco?

O termo foi tendo várias grafias: BUZACO, BUZZACO, BUSSACO e BUÇACO. Em “Ciberdúvidas da Língua Portuguesa” diz-se que antes da reforma ortográfica de 1911, era muito frequente escrever Bussaco. O “Mappa de Portugal Antigo e Moderno”, publicado em 1762, regista Bussaco. Depois de 1911 (e principalmente com o acordo ortográfico de 1945), a grafia do topónimo passou a ser Buçaco. A grafia com ç é mais coerente com a história do termo desde o século X («monte buzaco», num documento do mosteiro de Lorvão, do ano 919 , época a que parecem remontar as primeiras atestações). Na Idade Média, a palavra era, escrita não com com s ou ss, mas, sim, com z (por exemplo, nos séculos X e XI), dando mais tarde lugar ao grafema ç.

No caso de Buçaco, a etimologia é controversa, mas a documentação existente sugere que, até ao século XVI, este topónimo se escrevia com ç. Tal levou a que, com a reforma ortográfica de 1911, Buçaco passasse a ser a forma correcta, como que restaurando a escrita medieval.

Contudo, a grafia Bussaco permanece nalgumas situações: «Palace Hotel do Bussaco», «Fundação da Mata do "Bussaco"», «Casas do Bussaco». refrigerantes “Bussaco”… Em síntese – escreve Carlos Rocha - a forma correcta actual é Buçaco, mas, para fins comerciais, turísticos ou no âmbito da cultura local, é possível usar a forma adoptada a partir do século XVII , Bussaco.


14 outubro 2021

"Quem foi quem na toponímia de Penacova" retrata algumas das personalidades que marcaram a vida do concelho

O jornal "A Comarca de Arganil" de hoje, 14 de Outubro, noticiou o lançamento do 1º volume dos "Cadernos de Toponímia", que decorreu no dia do feriado comemorativo da Implantação da República. Para memória futura, transcrevemos o texto publicado naquele periódico.

"Em dia de comemoração do 5 de Outubro, e integrado no programa do município para assinalar a Implantação da República em Portugal, realizou-se no Salão Nobre dos Paços do Concelho a apresentação do livro Quem foi quem na toponímia de Penacova: antropo-topónimos das vilas de Penacova, Lorvão e S. Pedro de Alva. Trata-se do primeiro volume de uma colecção que pretende não apenas analisar o caso de ruas, praças e largos com nomes de personalidades marcantes, mas todos os casos de toponímia das muitas localidades do concelho de Penacova.

Este trabalho integra-se, em parte, na dinâmica que levou à criação em 2019 de uma Comissão Municipal de Toponímia, de que o autor é membro convidado, juntamente com o Prof. Reis Torgal. O Regulamento Municipal de Toponímia e Numeração de Polícia, entrado em vigor a 1 de Fevereiro de 2020, é também resultado do trabalho dessa Comissão, coordenada pela Vereadora com o Pelouro da Toponímia, Drª Sandra Ralha.

O livro, de 80 páginas, apresenta uma síntese biográfica das vinte e quatro personalidades que constam da toponímia das três vilas referidas: Abel Rodrigues da Costa (1902-1990), Adelino Prista da Fonseca Hortelão (1901- c. 1980), Alberto José da Silva Sousa Leitão (1844-1889), Alípio de Oliveira Sousa Leitão (1839-1906), Álvaro Barbosa Ribeiro (1921-1999), António Alves Mendes da Silva Ribeiro (1838-1904), Artur Soares Coimbra (1918 -1976), Augusto César Barjona de Freitas (1834-1900), David Ubaldo da Silva Leitão Cardoso de Oliveira (1803-1879), Evaristo Lopes Guimarães (1857-1926), Fernando Augusto de Andrade Pimentel e Melo (1836-1892), Fernando Baeta Bissaya Barreto Rosa (1886-1974), Francisco Manuel Lumbrales de Sá Carneiro (1934 -1980), Homero António Daniel José Pimentel (1914-1987), João António Gomes (1890-1983), João Martins da Costa (1921-2005), Joaquim Maria Leite (1829-1896), José António de Almeida (1819-1901), José Horácio de Moura (1908-1995), José Maria de Oliveira Matos (1847-1924), José Maria Viegas Pimentel (1899 -1964), Maria Amélia de Orleães (1865-1951), Mário da Cunha Brito (1890-1953) e Maurício Vieira de Brito (1919-1975).

Tem a assinatura de David Almeida, autor que nas palavras do Professor Doutor Luís Reis Torgal, prefaciador e apresentador, “já é conhecido em Penacova e a quem é reconhecida a sua qualidade de procurar ser rigoroso, consultando todas as fontes que é possível, ou que lhe é possível, dado que este tipo de trabalho é complementar da sua nobre função de professor.”

Também na Nota de Apresentação, o Presidente da Câmara, Dr. Humberto Oliveira, reafirmou o apreço pelo autor, designadamente “pelo seu empenhado esforço em partilhar” com os penacovenses o “seu conhecimento e o seu amor pela História Local” dando-nos a conhecer “elementos que fazem a diferença” no campo da História de Penacova.

A terminar a apresentação o autor agradeceu ao Professor Doutor Luís Reis Torgal “todo o incentivo e apoio na concretização deste trabalho” e a “honra que lhe concedeu ao escrever o prefácio”. À Câmara Municipal, em especial ao seu Presidente, Dr. Humberto Oliveira, à Dr.ª Sandra Ralha, responsável pelo pelouro da Toponímia e ao Vereador da Cultura, Dr. João Azadinho, deixou também um agradecimento pelo “interesse e a disponibilidade para a publicação” de mais um trabalho da sua autoria.

Do programa das comemorações constou também a assinatura do contrato de doação de películas fotográficas de Luís Francisco da Cunha e Menezes, fotógrafo penacovense, bem como a deposição de uma coroa de flores junto ao busto de António José de Almeida."






02 setembro 2021

Livraria do Mondego: quem se lembrou de a chamar assim?


O local “Livraria do Mondego” deve o seu nome ao facto da formação rochosa existente se assemelhar à disposição dos livros nas estantes de uma biblioteca.  Formação rochosa que é constituída por quartzitos e faz parte da grande falha tardi-hercínia  que se estende ao longo de cerca de 250 km desde a povoação de Verín, em Espanha, até à zona de Penacova (Falha Verin-Régua-Penacova). 


Sabe-se que, nas distantes eras da vida da Terra, esta região esteve coberta pelas águas de um mar não muito profundo que cobria grande parte da Península Ibérica, um oceano de areias e lamas, entretanto desaparecido. Nesse habitat vivia uma espécie de artrópodes, as trilobites, cujos rastos de locomoção formam as bilobites ou cruzianas. Um desses icnofósseis (como os de Penha Garcia) foi encontrado aqui, em 1915, aquando das obras na estrada.

A designação “Livraria do Mondego” é muito antiga, não se sabendo se tem origem  popular ou erudita. Já no séc. XIX era referenciada por António Feliciano de Castilho, na “Conversação Preambular” (uma espécie de prefácio) introdutória ao livro de Tomás Ribeiro, D. Jayme ou a dominação de Castela. 

Castilho, que estudou Direito em Coimbra e era cego desde os 6 anos (em consequência de sarampo), nasceu em 1800. Sendo assim, essa viagem de Santa Comba Dão a Coimbra terá acontecido há sensivelmente 200 anos, quando  estudava na Lusa Atenas. 

A designação, apesar de, no texto em causa, ter saído da boca do barqueiro, poderá ter uma origem erudita. Por sua vez, “Entre Penedos” seria a designação nascida no linguajar do povo.

12 dezembro 2020

Penacova, Sá Carneiro e o nome da Avenida que ficou na gaveta

Fez há dias 40 anos que morreu Francisco Sá Carneiro. Foi no início da noite de 4 de Dezembro de 1980. O avião no qual seguia despenhou-se em Camarate, pouco depois da descolagem do aeroporto de Lisboa, quando se dirigia ao Porto para participar num comício de apoio ao candidato presidencial general António Soares Carneiro.

Sá Carneiro tem o seu nome em ruas, praças e avenidas de muitas localidades do nosso país: Lisboa, Viseu, Bragança, Funchal, Quarteira, Portimão, Albufeira, S. Pedro do Sul, Ansião, Carregal do Sal, Santa Comba Dão, Castro Daire, Valença, Vila de Rei, Mação, Marrazes, Alijó, Agualva, Nelas, Porto de Mós, Ovar, Tavarede, Marco de Canavezes…

Penacova também era para ter uma Avenida com o nome de Sá Carneiro. No entanto, os poderes políticos deixaram cair uma proposta que havia mesmo sido aprovada na Assembleia Municipal no sentido de a artéria entre os Bombeiros e a N110, passando pela escola da Cheira e pelo cruzamento da Estrada das Malhadas, passar a designar-se por Av. Sá Carneiro. 

Vejamos o recorte do jornal “Nova Esperança” de 30/7/1982:



“Politiquices”… 

29 junho 2017

Não se sabe quando Farinha Podre passou a chamar-se S. Pedro de Alva ?

Foi com surpresa que ao lermos há pouco a notícia do Sarau Medieval que decorreu em S. Pedro de Alva no dia 2 de Junho, nos deparámos com a seguinte observação: "NÃO SE SABE QUANDO A MODIFICAÇÃO DE FARINHA PODRE PARA S. PEDRO DE ALVA OCORREU; MAS HÁ QUEM ADMITA QUE FOI A PARTIR DE 1853". 

É que o livro do Dr. Carlos Proença intitulado "Notícias Históricas de Mondalva", publicado em 1985 é bem claro.  Pelo menos a Junta de Freguesia e a Biblioteca Escolar hão-de ter um exemplar e outras pessoas o conhecerão.  Trata-se de um excelente estudo sobre a História desta região natural situada entre o Mondego e o Alva.

Vejamos a página 17: "Em documento datado de 1141, do qual Frei Manuel da Rocha, no seu tão sugestivo Portugal Renascido , transcreve breve passo, depara-se-nos a mais antiga referência escrita, até agora conhecida, a S. Pedro de Alva, sob o nome de Farinha Podre, que conservou até lhe ser dado o actual em 21 de Fevereiro de 1889, por decreto de el-rei D. Luís I. " Aqui está.

O diploma, publicado no Diário do governo do dia 23 de Fevereiro, assinado por José Luciano de Castro, Presidente do Conselho de Ministros (recorde-se que a ponte de Penacova tem o seu nome) reza assim:

"Atendendo ao que me representaram a junta de paróquia e diversos moradores da freguesia de Farinha Poder, do concelho de Penacova, para que o nome da sede da actual paróquia seja mudado para o de S. Pedro de Alva;
Vistas as informações favoráveis da respectiva Câmara Municipal e do Governador Civil do distrito de Coimbra e o disposto no art. 2º, § 7º, nº 1, do Código Administrativo:
Conformando-me com o parecer do Supremo Tribunal Administrativo;
Hei por bem determinar que a sobredita paróquia passe a denominar-se S. Pedro de Alva. "

Carlos Proença acrescenta ainda um dado importante: " Ao tempo, tinha assento na Câmara dos Deputados, exercendo funções de Secretário, uma das maiores notabilidades da nossa terra, José Maria Oliveira Matos, que desenvolveu pertinaz e valiosíssima acção em favor dos povos do antigo círculo eleitoral de Arganil, que repetidas vezes o escolheram para seu representante nas Cortes do Reino. A adopção, por sua iniciativa ou com o seu patrocínio, do novo topónimo, representaria por certo, no pensamento de Oliveira Matos, o símbolo da vida nova, que desejava para a sua terra natal."

Refere ainda um pormenor curioso: a notícia demorou a chegar a S. Pedro de Alva. No Copiador da Junta de Paróquia, há um registo de correspondência, com data de 27, onde ainda figura o nome abolido. Só em 10 de Março se procedeu a novo registo e aí, sim, já aparece S. Pedro de Alva.
____________

Saiba + sobre o livro de Carlos Proença

14 maio 2016

Homero Pimentel:marcas do Homem e do Pedagogo

Foto da 1ª página do jornal
A Comarca de Arganil (2005)
Homero António Daniel José Pimentel, filho de José Augusto Pimentel nasceu em Penacova em 1914. Concluiu a sua formatura em Letras (Filologia Clássica) em 1942. Leccionou em Vila do Conde, Tomar, Torres Novas e Pombal.

Em 1948 fundou em Arganil o Externato Nossa Senhora do Montalto em sociedade com um colega mas acabando por sozinho assumir a direcção, agora com o nome de Externato Alves Mendes (em homenagem a Alves Mendes, figura eminente da cultura nacional, penacovense, natural da Chã e familiar da sua mulher Beatriz Pimentel), com a valência de internato, onde acorreram alunos vindos dos mais diversos pontos do país, atraídos pela fama que o colégio angariara entretanto.
Placa Toponímica em Penacova (2008)
Em 1958/59 é inaugurado um novo edifício “o colégio novo”, onde em 1970 passaria a funcionar o Ciclo Preparatório da responsabilidade do Estado.

Também em Penacova a ele se devem o Externato Nossa Senhora da Esperança e posteriormente o Externato Príncipe das Beiras.

Numa das muitas homenagens que lhe têm vindo a ser feitas, disse o Engº Celestino Quaresma que ”naquele tempo, quando o país mergulhava em densas trevas no que respeita à formação escolar, à cultura e às condições de vida das populações, nos concelhos de Penacova, Arganil e Vila Nova de Poiares, podemos dizer que os Externatos N. Sª da Esperança e Príncipe das Beiras (em Penacova) e Externato Alves Mendes em Arganil, foram a luz que começou a iluminar essas trevas”.
Placa Toponímica em Arganil (Foto Comarca de Arganil)
Lápide na Mata da Misericórdia em Arganil
(Foto Comarca de Arganil)

Busto em Arganil
(Foto Comarca de Arganil)
Por sua vez, em Setembro passado, José Dias Coimbra, referiu que “são ainda visíveis os traços da personalidade de Homero Pimentel, traduzidos nos discípulos que passaram pelas suas mãos, beneficiando de um modelo de ensino assente na procura constante do conhecimento”. “Detentor de um discurso cívico e humanista” - acrescentou na mesma ocasião, Assumpta Pimenta Coimbra.

Em 1983 foi agraciado pela Câmara Municipal de Arganil enquanto “pioneiro do ensino secundário em Arganil e Região” e nesta vila tem também um busto e o nome de uma rua.

No Penacova Actual de 26 de Abril passado, a propósito da homenagem que por esta hora já está a decorrer, escreveu também Luís Pais Amante: “ O Dr. Homero era um homem do povo, com origem numa família muito humilde e, o certo, é que esse mesmo povo nunca se esqueceu dos que lhe pertencem”. E adianta: “ Foi um visionário no seu tempo e , sem posses para tanto, investiu tudo o que tinha e, pessoalmente , o que não tinha, para poder ensinar e fez isso mesmo em Penacova e Arganil”.


Comarca de Arganil, 2005




Em 2008 por iniciativa da Junta de Freguesia de Penacova, presidida por Luís Amaral, a artéria até aí designada por Rua das Escolas passou a ter o nome do professor e pedagogo responsável pela criação do Externato Príncipe das Beiras, que deu origem ao que é hoje o Agrupamento de Escolas de Penacova. Referiu Luís Amaral: «Foi uma pessoa que aprendi a admirar pela sua nobreza de carácter». Mas «Homero Pimentel merecia mais» -acrescentou- “por isso este pode ser o ponto de partida para que «os jovens saibam melhor quem foi este homem». Hoje, 14 de Maio de 2016 aí está mais um passo: a inauguração do Busto de Homero Pimentel na Pérgola Raúl Lino (próximo da antiga Pensão Viseu) da autoria de Albano Martins.
Comarca, 2015

Comarca, 1968

Comarca de Arganil, 2015

Comarca de Arganil, 1983

Comarca de Arganil, 1942

Notícias de Penacova, 1952

Comarca de Arganil 2008


Também nesta ocasião, Celestino Quaresma, antigo colega do «grande mestre», reafirmou que «levava a exigência às vezes ao exagero» mas «ensine-se o que se ensinar, que seja com a ideia de que é preciso esforço e exigência», tal como o fez Homero Pimentel.

Ainda nessa Cerimónia, do lado dos antigos alunos, Luís Amante afirmou que aquela era uma homenagem «há muito tempo devida», adiantando que «A toponímia das terras tem de representar as pessoas que, de alguma maneira, passaram acima dos normais mortais», e lembrando que Arganil, por onde Homero Pimentel também passou, «há muito o homenageou», pelo que o acto de atribuir o seu nome àquela artéria «é de elementar justiça». Luís Amante recordou não só as suas qualidades enquanto professor e pedagogo, mas também enquanto «empresário», quando geria o externato e esperava muitas vezes pelas prestações dos pais que não conseguiam pagar.

Maurício Marques, à data Presidente da Câmara, recordou que terá sido “um dos mais novos alunos ali presentes”, mas tendo conhecido bem aquele que foi “um ilustre professor e um homem honesto». Congratulando-se com o «arrojo» do homenageado ao «lançar as sementes para o ensino de qualidade em Penacova».

Consultando neste momento o site da Câmara Municipal de Penacova podemos ler que “Humberto Oliveira, presidente do município de Penacova, que, desde o primeiro momento se associou aos antigos alunos, realça que esta é uma homenagem extremamente justa, destacando as excelsas qualidades do pedagogo e humanista que desempenhou um papel de extrema relevância na educação de muitas gerações de jovens que viviam em Penacova, Vila Nova de Poiares, Arganil ou Tábua. Num tempo em que Portugal possuía sérias deficiências no que respeita à formação escolar, à cultura e às condições de vida das populações, Homero Pimentel, assumiu um papel determinante, dando asas a muitos alunos desses concelhos e permitindo-lhes, através do acesso à formação escolar e à cultura, voar mais alto, alcançando objectivos que de outra forma teriam sido talvez impossíveis.”

17 abril 2016

Toponímia Coimbrã: António José de Almeida, a Rua e o Busto


É num pequeno largo, no cruzamento das Ruas António José de Almeida e Nicolau de Chanterene que encontramos um busto de António José de Almeida. A rua com o seu nome existia já desde os inícios da década de trinta do século passado. A deliberação da Câmara Municipal de Coimbra data de 16 de Julho de 1931.A abertura desta nova artéria da cidade inseriu-se no surto de construção na zona de Celas e Montes Claros.


Bustos de António José de Almeida: 
em Coimbra (à esquerda) e em Penacova (à direita)

O busto, moldado em bronze, foi inaugurado a 5 de Outubro de 1984. Trata-se de uma obra de Cabral Antunes muito semelhante (ou mesmo cópia) à que se encontra no Largo Alberto Leitão em Penacova (5 de Outubro de 1976) e que também é da autoria do mesmo escultor.

Assenta sobre um “pedestal paralelepipédico vertical, integrado num canteiro, que se encosta a um elemento parietal em alvenaria rebocada, ligeiramente curvado, contendo uma pequena lápide em pedra com uma inscrição alusiva ao homenageado, ladeada por duas fitas metálicas com as cores da bandeira nacional.” – refere um documento do Ministério da Cultura.

Busto de António José de Almeida em Coimbra


Localização da Rua António José de Almeida