29 outubro 2016

Apocalipse de Lorvão na Memória do Mundo: um ano depois do reconhecimento da UNESCO


O colóquio comemorativo decorreu no Coro da Igreja
do Mosteiro de Lorvão
Assinalando o  1º aniversário da inscrição, pela UNESCO, dos manuscritos “Apocalipse do Lorvão” e “Comentário ao Apocalipse do Beato de Liébana”, do Mosteiro de Alcobaça, no Registo de Memória do Mundo, no âmbito da candidatura ibérica “Os manuscritos do Comentário ao Apocalipse (Beato de Liébana) na tradição ibérica” realizou-se hoje em Lorvão a segunda parte do colóquio sobre aquela temática, iniciado ontem em Alcobaça.
“O Mosteiro de Lorvão ao tempo da produção do Apocalipse de Lorvão” foi o primeiro tema a ser abordado, com a intervenção de Maria Alegria Marques, professora da Universidade de Coimbra. Seguiu-se “Sancho I e o Mosteiro de Lorvão: contornos de um alegado conflito”, assunto explanado por Maria João Branco, professora da Universidade Nova de Lisboa.
Fac-simile do Apocalipse
de Lorvão exposto em Lorvão
“O Apocalipse de Lorvão na Memória do Mundo. A motivação partilhada no desafio de uma candidatura” foi o tema desenvolvido por Inês Correia, Conservadora-Restauradora do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Por sua vez, Maria Adelaide Miranda e Maria João Melo, também professoras da Universidade Nova de Lisboa, abordaram “Celebrar a Luz, revelando as cores nos Beatus do Lorvão e Alcobaça. Sereno nutilat. Nubilo euanescit”. A terminar o conjunto de intervenções, Aires Augusto Nascimento,  da Academia das Ciências de Lisboa e Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa, desenvolveu  o tema  “No Silêncio do Claustro: a escutar a voz que preenche a Alma”.
A concluir esta jornada cultural, Maria Alegria Marques apresentou o livro, editado pelo município,  “Os Antigos Códices de Lorvão: balanço de pesquisa e recuperação de tradições”, tendo como autor Aires Nascimento. Teve ainda lugar  um concerto de Órgão pelo organista João Henriques.
De referir que os participantes tiveram a oportunidade de admirar um Fac-simile do Códice Apocalipse do Lorvão (ficando a promessa de em breve poder ser visto aqui o verdadeiro exemplar que se encontra na Torre do Tombo)  e um espaço representativo de um  Scriptorium Medieval.

Aires Nascimento usando da palavra
Na sessão de encerramento esteve presente a Directora Regional de Cultura do Centro, em representação do Ministro da Cultura, que se mostrou preocupada com a sustentabilidade financeira do conjunto monumental que é o Mosteiro de Lorvão, pois os recursos estatais são insuficientes. Quanto ao destino a dar ao espaço que fora ocupado pelo Hospital Psiquiátrico, apesar de reconhecer que existem já algumas ideias, acrescentou mais uma: a criação de um Museu da Língua Portuguesa, que não existe em Portugal. Terminou apelando à participação de todos na resolução desta preocupante questão.



Sem comentários:

Enviar um comentário